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CONSTITUIÇÃO ALEMÃ EM ÁRABE PARA
REFUGIADOS
As mesmas regras de jogo para alemães e
estrangeiros – Iniciativa para evitar a desculpa do “não sabia,,
Quem
vem para a Alemanha deve saber que “os princípios da nossa sociedade
democrática são válidos para todos”.
O
vice-chanceler alemão Sigmar Gabriel (SPD) mandou traduzir os primeiros 20
artigos da constituição alemã e imprimir 10.000 exemplares em árabe para serem
distribuídas nos centros de acolhimento de refugiados e aos deputados na
Alemanha. Junto toda a Constituição em árabe (دستور جمهورية ألمانيا الاتحادية):http://www.fes.de/international/nahost/pdf/GGArabisch.pdf
Deste
modo os refugiados poderão saber quais são os princípios que regulam a sociedade
alemã. Ninguém poderá mais tarde argumentar que não sabia as regras do jogo
(traduzo): “A Alemanha não é um país qualquer. Aqueles que vêm para cá precisam
de saber como é a cultura da convivência entre nós”, declara agora Gabriel em
entrevista ao Bild Zeitung (2.10.2015). Defende a cultura dominante
argumentando: „Existe uma cultura de liberdade e responsabilidade, de direitos
e deveres de que não queremos abdicar. As pessoas que vêm para cá devem não só
aprender a língua alemã, mas também saber as regras de jogo da nossa
coexistência”.
E
concretiza: “Ninguém é forçado, quando vem para a Alemanha, a mudar de
religião, ou a mudar a sua vida privada. Mas que, é importante para a nossa
convivência, que os princípios da nossa sociedade democrática, se apliquem a
todos. A todos aqueles que já se encontram cá e a todos os que vêm. Que, entre
nós, Religião e Estado são separados, que homens e mulheres têm os mesmos
direitos, que cá a homossexualidade não é nada anormal, que as parcerias de
vida podem ser escolhidas livremente, que somos um país com liberdade de
expressão, que também inclui a crítica à religião, também mostramos nenhuma
tolerância perante anti-semitismo, todos estes são os princípios que temos de
declarar/explicar - mas cuja aceitação esperamos daqueles que vêm até nós.
Também na integração se aplica: exigir e promover.”
Na
Alemanha, atendendo à grande afluência de imigrantes (este ano conta-se com um
milhão de pretendentes a asilo) e aos muitos problemas de convivência não
resolvidos, a política começa a falar texto claro.
António
da Cunha Duarte Justo
Jornalista
www.antonio-justo.eu
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