É o que pensa Alberto Gonçalves, porque, diz ele,
Quando redobraram as notícias sobre
multidões que fogem para a Grécia e para a Europa em geral, pensei tratar-se de
uma falha - nas notícias ou no GPS das multidões. Afinal, estivemos meses a
aprender que na Grécia, e na Europa em geral, se vivia uma tragédia humanitária
nunca vista. Contra todas as expectativas, havia tragédias assaz maiores já ali
ao lado. E os que lamentavam a devastadora austeridade que nos caiu em cima são
os mesmos que agora exigem a partilha da nossa ofensiva abundância com os
desafortunados do Médio Oriente e de onde calha. De súbito, a Europa tornou-se
rica e repleta de empregos, alojamentos decentes, mesas fartas, privilégios sem
fim. É o lado bom da crise dos refugiados.
O lado mau é que os corpos dos refugiados, vivos ou mortos,
continuam a dar à costa. Vale que a reacção dos europeus se revela de
fulgurante utilidade: correr para o Facebook a partilhar a fotografia do
cadáver de uma criança estendido na praia e a criticar a passividade da Europa.
Ou a indiferença dos governos. Ou a desumanidade de um destinatário genérico
que naturalmente exclui o próprio - e heróico - indignado em causa. Parece um
concurso para apurar qual é o cidadão mais piedoso.
Por falta de candidatos, não é de certeza um concurso para
apurar qual o cidadão que abriria as portas de casa ao maior número de
refugiados. Descontadas as "dezenas" de voluntários de que falam as
notícias, não vi muitas almas sensíveis passarem da sensibilidade à prática e
afirmarem-se disponíveis para albergar, por um período transitório, dois sírios
ou quatro curdos no quarto das traseiras. Possivelmente os refugiados
perturbariam o sossego do lar, essencial para se alinhavar no Facebook
manifestos de extrema preocupação com o destino dos refugiados. Esta atitude
traduz a típica bravura moral de quem subscreve petições pelos pobres e não se
digna olhar o mendigo que o interpela na rua. Ou de quem chora os
"cortes" no SNS e não visita o amigo doente. Ou de quem protesta as
touradas e não abriga um cão vadio. O sentimentalismo sem compromisso preza a
higiene. E é, desculpem lá, uma treta.
Mas houve pelo menos um português que saltou por cima das
tretas e foi directamente ao assunto: o combate ao Estado Islâmico. A Sábado desta semana entrevista Mário Nunes, o
militar de 21 anos que desertou da Força Aérea para, ao longo de quatro meses,
lutar contra os jihadistas na Síria. Porquê? Porque prefere "morrer a não
fazer nada". É maluco? Deve ser. Sensatos são os que ficam pelas ditas
"redes sociais", a repousar as consciências e a responsabilizar uma
vaga Europa pelos refugiados que a Europa real acolhe, sabe Deus a que preço.
Talvez não fazer nada, hoje, seja um dia meio caminho andado para uma morte
precoce. Ou pior, dadas as carências do islão imoderado em matéria de
compaixão.
3 comentários:
Sem esquecer que a Europa se está imperialmente a cag** para o Holocausto dos cristãos, yazidis, curdos e outros desgraçados no Médio Oriente às mãos dos jihadistas(ver site Rescue Christians).
Esses não vêem para cá. Morrem lá, vítimas das maiores atrocidades. É desesperante a indiferença para com o genocídio e ao mesmo tempo a ingenuidade no acolhimento a estes muçulmanos, dos quais apenas 30% são realmente refugiados, que trazem terroristas à mistura e que cá estão como parte da estratégia de guerra demográfica.
http://peticaopublica.com/pview.aspx?pi=PT78324
https://www.facebook.com/groups/islamoculto/
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