É o assunto do fim-de-semana, claro que da semana
que vai entrar, obviamente do mês. Muito naturalmente. Muito
compreensivelmente. Para todos os socialistas (“O PS está todo com Sócrates”, disse apropriadamente o idoso mas
activo e experientíssimo Mário Soares, muito regozijadamente e com razão). Do
dito Soares a partidários relevantes como Lello ou Almeida Santos, ou
secundários como J. Galamba ou Miranda Calha, percebe-se que a satisfação,
senão mesmo a euforia pela saída de Évora deste socialista nuclear percorra os
militantes de topo e de base, dos que estão com Sócrates e sempre confiaram
nele.
Personagem fortemente carismática, político de
choque e com grande ascendente nas hostes rosadas, seja como “menino de oiro” seja como “animal feroz da política”, o antigo
primeiro-ministro e agora ex-recluso 44 é uma figura central e incontornável,
de enorme recorte, como anteriormente o foram Salazar, Álvaro Cunhal ou o ainda
felizmente bem conservado antigo e famoso Presidente da República.
E há razões para isso. Distinguindo-se, pela sua
personalidade vincada e intrépida, dum titubeante, ainda que simpático ao
público, António José Seguro, ou dum quase caricatural António Costa – de
ideias inconsistentes e discurso confuso – o combativo socialista beirão ganhou
notoriedade nacional e mesmo internacional não só junto de correligionários
como Chávez, Maduro ou Lula da Silva mas no querer e na estima militante dos
socialistas de base, especialmente lusitanos, que o vêem natural e
compreensivelmente como o líder firme e dinâmico que os outros dois (Seguro e
Costa) não conseguiram/conseguem de facto ser (foram, como usa dizer-se, o que
se pôde arranjar…).
Pode estranhar-se que todos eles, esses militantes
salientes ou anónimos que sonham com o regresso ao Poder dum PS que sob
Sócrates venceu e dominou os adversários e governou com vigor uma Nação e um
destino coletivo, esperem a sua volta – com naturalidade ou com vaga de fundo – para de novo poderem
realmente estar no topo?
O futuro, afinal, não é dos melífluos escrevedores
de “cartas aos indecisos” e sim dos
que, ainda que também mediante cartas, sabem enfrentar e atacar firmemente os
magistrados e até os pouco determinados, em vista a impor os seus pontos de
vista e a razão que varonilmente têm por ser a sua!
8 comentários:
Ou seja, o sr. Engº Pinto de Sousa pode assim co-pilotar mais facilmente o PS real - o que, sem ele e os seus amigos, perdão!, camaradas, de facto, não existe.
Jorge Limão
Cumplicidade, verdadeira cumplicidade e não simples amizade, caro Jorge Limão. Sintonia de carácter, tendência e disposição: é isso o que faz do PS de Sócrates um partido superior.
Alfredo Santos
Os amigos do coração e se calhar doutros órgãos do Sr. Engenheiro têm corajosamente atacado os magistrados que enxoviaram o seu grande camarada. Certa gente tem mesmo destemidamente difamado os ditos senhores. Dado o dinamismo do referido setor ainda veremos esses magistrados no cárcere? Ou expulsos da carreira? Um dos advogados do Grande Homem ex-preso Político, sem papas na língua,já os enxovalhou disinibidamente como órgãos de informação referem. Os grandes democratas pugressistas preparam as facas...
Troufa de Barros
O pobre Costa, tentando com a sua esperteza saloia enganar o povinho, vem muito delambido dizer que o Chefe está à parte da campanha, com o velho ditado de à política o que é da política etc e tal...Conversa de chacha. Claro que o Boss vai falar,já o seu advogado vociferante o garantiu. E nos blogues um tal Mister People, que se distingue como um defensor fanático e bem informado do Mandela da Beira, afirmou a pés juntos que o Grande Chefe vai entrar na última semana da campanha para ajudar a maioria absoluta com que os do PS sonham.Eles vão tentar tudo por tudo, a parada é demasiado alta.É que se perderem tudo irá por água abaixo e o Menino Doirado teme os 16 aninhos de grelha que se vêem no horizonte!
Leopardo
Falemos claro: os socialistas e os esquerdistas ou pseudo-esquerdistas em geral estão-se nas tintas sobre se Sócrates é um delinquente ou não. Se é culpado de corrupção ou não. O que eles pretendem é que o indivíduo os ajude a subir ao poder, tenha feito o que eventualmente haja feito. Neles, a ética é indiferente. Pois não são eles que propõem que a sociedade "burguesa" seja destruída? Para eles, burgueses significa adversários,mesmo que estes sejam pobres proletários.Daí que dizer-se que o caso de Sócrates deve permanecer no plano judicial é uma tolice ingénua. O problema é de ordem política, pois o que é atribuído a Sócrates dependeu SEMPRE de uma concepção e uma prática POLÍTICA. Sócrates nunca teria feito o que dizem que fez se não fosse o sistema em que existia.
Portanto, ei-lo que já está a participar na campanha mesmo antes de esta começar. E com uma declaração clara: estou do vosso lado, apoio Costa.
Ou seja, apoia-se a si mesmo,pois apoiar o PS é apoiar a sua figura TOTAL.
E enquanto os outros perdem tempo a fingir que assobiam para o lado, ele vai em frente, "animal feroz da política" que é.
E o resto é conversa.
Troufa de Barros
Se Sócrates for condenado não será só ele,mas todos os que por demagogia, velhacaria ou interesses o apoiaram no ato de transformar o país numa coutada "socialista".
Leopardo
16 anos, para eles (não para o Querido Líder), é o menos. O que lhes importa é o desprestígio e a desconfiança, a partir daí permanente, dos cidadãos em relação a um partido que lhes ofereceu um primeiro-ministro de tal coturno, dificultando-lhes deste modo o retorno ao poder. E a queda da inquestionabilidade do tão pré-suposto e propangadeado fundamento da existência da esquerda, toda ela: a superioridade moral dos seus militantes e simpatizantes.
Porque uma coisa é um "jeitinho" de um ministro a um amigo com umas compensaçõezitas pelo meio; outra é uma rede mafiosa de altas e muito escuras negociatas com ramificações internacionais ter subido ao governo.
Falo, é claro, em termos de consequências de uma hipótese. Se estamos perante os mais honestos cidadãos ou frente a um conjunto organizado de criminosos acoitados politicamente é algo que, numa sociedade democrática, só os tribunais poderão avaliar e decidir.
David Caetano
Sócrates mostrou a sua face mais típica, um megalómano que se julga genial. Mas o seu rosto é o do socialismo real. Costa, que foi seu ajudante, é farinha do mesmo saco, só que uma pálida fotocópia do ardiloso demagogo. Soares, caquético e manipulador como sempre, é uma espécie de mordomo às ordens desta dupla de duvidosos sujeitos.
Jorge Limão
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