Chegou ao nosso marco do correio um texto de um leitor que assina como Ptolomeu Papoila (!), com pedido de publicação. O conselho redactorial aprovou-a, pelo que ele aqui fica de seguida:
Tem
sido dito: “Sócrates animal feroz da política”,
“Sócrates menino de oiro do PS”, “Sócrates mestre manobrador”, etc.
Lamento
discordar.
À sua saída
do cárcere de Évora, o que vi e o que muitos viram foi um indivíduo emagrecido,
emaciado, de olhar entre o espantado e o ligeiramente atordoado.
Um homem
acuado, a meu ver entre a surpresa e o temor.
Sejamos
pragmáticos. Sejamos claros.
Usemos de
perspicácia em face dos diversos anos em que o perfil do homem nos tem
aparecido. E o que se percebe, sem ser necessário sermos especialistas em
contra informação, mas apenas dotados do vulgar bom senso, é que bem no fundo
em Sócrates lê-se o medo.
Sim, o
medo. Apesar, ou perante, as bravatas de um dos seus causídicos, parece notar-se
que ele está a efectuar uma fuga para a frente.
Extremamente esperto, embora muitos digam que não é inteligente pois
nunca um sujeito realmente inteligente se deixaria colher nos assados em que
está, ele sabe pela vulgata politiqueira que “a melhor defesa é o ataque”.
Por isso se
move em tiradas de efeito. Em desespero de causa, dizem alguns.
A meu ver,
são balões de fumo. Assim em jeito do clássico assobio do garoto num caminho em
que receia o espreitem sabe-se lá que fantasmas.
Se virmos
bem, ele que julgava ir sair da prisão acolhido, em ombros, por multidões,
apenas teve em recepção a continência tímida e talvez atrapalhada de um
polícia…
E as
visitas? Um Soares já sem estatura de líder ou de estadista que jamais conseguiu ser.
Um
apaniguado, um tal Pereira, devotado subalterno sem grandeza. E meia-dúzia mais
de colegas de claque partidária sectorial.
E um bolo
de anos entregue por dois rapazolas.
E alguns
comentários, ridículos na sua ferocidade, de fanáticos em caixas de artigos em
espaços interactivos de informação.
O Grande
Condutor começa a decair. E pela sua inabilidade, se calhar vai fazer perder as
eleições ao antigo colega do seu governo, quando a vitória desse aprendiz de
líder será a sua última chance de ter
pela frente magistrados eventualmente intimidados.
Um Requiem,
a meu ver, não andará muito longe.
Ptolomeu Papoila
7 comentários:
Penso que Ptolomeu Papoila tem razão. Bem estudado, no dizer de observadores que conhecem bem o ambiente político, Sócrates parece apenas ser valente quando tem as costas quentes, como quando era primeiro-ministro protegido pela aparelhagem do Estado. Em circunstancias vulgares como que se apaga, ou entrega-se a tiradas de acossado.E as declarações contínuas de que está bem,muito enérgico,do proveto Soares mais parecem palmadinhas nas costas destinadas a animar o sujeito. Estarei longe da verdade se, a fazer fé em antigos colegas de escola,pensar que Sócrates devia ser um gajito tímido, mesmo medrosito,afastado dos outros não por altivez mas por desajustamento?
Um case-study para os vindouros?
Leopardo
Mais tarde ou mais cedo terá de se apurar o tal caso do "atentado ao Estado de Direito" alegadamente protagonizado pelo ex-recluso de Évora. Impõem-no a dignidade democrática, a existencia democrática e o estado democrático da Nação. Ou então não há democracia nem, digamo-lo frontalmente, dignidade nenhuma. É tempo de dizer NÃO aos "cover-ups"!
Adérito Gomes
Tem-se dito na comunicação social que a declaração do apoio de Sócrates a Costa foi um "abraço de urso" um "beijo de jibóia", ou seja, visou ardilosamente prejudicar o atrapalhado Costa. Não creio! Na minha opinião,Sócrates tentou mesmo ser mais valia, na sua desmesurada megalomania, no seu dementado sentido das proporções. Já de si pouco sensato, como se verificou pela sua governação e pelas tentativas de dominação da comunicação social e de todos os que se lhe opusessem, o período de prisão em Évora deve ter agido negativamente sobre a sua psique uma vez que os tipos arrogantes como ele ficam destrambelhados quando em situações limite. E as dicas do Soares, um flop como político(pois sempre em épocas de dificuldades mostrou ser apenas um "boca-rota" e um medíocre) e um carater débil como pessoa,(torceu por todos os duvidosos, de Craxi a Ceausescu e até Sadam o comoveu) não devem ter ajudado à compreensão dos fatos. Sócrates a pouco e pouco revela-se na sua incapacidade política:alguém que só devido ao estado deficitário da nação pôde chegar a primeiro-ministro. Uma espécie de Chávez de pacotilha, mais nada.
Ptolomeu Papoila (Adélio P.Rodrigues)
Costa anda a fingir, tal como o PS, que nada têm a ver com o problema Sócrates.
Mas têm. Se Sócrates agiu como agiu enquanto primeiro-ministro, tentando sufocar todos os que se lhe opusessem e acabando por cair numa questão judicial, foi porque o seu partido sempre o apoiou e sustentou.
E Costa foi seu colega governativo, subordinado atento e obrigado, sempre com abraços, sorrisinhos e concordando com o dirigente.
Costa e o PS foram coniventes na sua má governação e na sua acção social política. Escusam de agora tentar saltar da barca a afundar-se.
Limão
O PS está a transformar-se numa "gaiola das malucas" ou então num "circo de palhaços"?
Agora foi o porta-voz parlamentar, um verdadeiro pobre-diabo pela inabilidade na AR, que se saíu com esta, "Se Sócrates "apelasse ao voto na direita, isso sim, seria estranho". Uma maneira desconchavada de abordar o assunto, no mínimo. Este ferríssimo cavalheiro mostra que é tão estranho de cabecinha como de aparencia. Esta gente anda desconsertada.
Marizé R.
Freitas do Amaral, figura duvidosa,medíocre como escritor,deu facada a Caetano de quem foi aluno,é um toca-bolas que rastejou junto do ex-44. Sacrista e com estilo de pedante, um que fazia falta ao Costa para elogiando-o escaqueirar de vez RIP.
Adérito
Pela data de nascimento é Virgem, mas o ascendente poderá ser Escorpião. E atenção, que os escorpiões, não sendo inteligentes,surgem no entanto de debaixo das pedras. Mesmo das que lhes atiram.
Esperemos, meus caros, esperemos.
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