4 de novembro de 2015

UM HOMEM CONSENSUAL...


lustucru
  
   Certos comentadores de diversos sectores têm dado relevo, uns mais e outros menos, a actuações – tentando ou mesmo conseguindo contentar a generalidade dos vários campos – do estimado Professor Marcelo, candidato a presidente.

   Vejamos: então não se lembram da frase canónica, já velha de alguns anos, que descrevia bondosamente o nosso Marcelão como o “Maquiavel à moda do Minho”? E a outra, também certeira, sem maldade e graciosa não ofendendo, que garantia que “Marcelo é como o cavalo de Átila; por onde passa a erva política não torna a crescer”? E a barba de condottieri renascentista que ele cortou quando decidiu apresentar ao mundo em particular e aos cidadãos lusos em geral um aspecto mais “respeitável”?

   Trocado por miúdos: o nosso estimado professor, que como nenhum outro o poderia fazer se arriscava a ser uma caricatura quando, em estilo de adolescente traquinas, dava notas na TV a estes e aqueles, é um apreciador fundamentalmente da sua figura, de si mesmo, himself, tendo traçado para si o panorama dos mais altos vôos.

   E, não sendo um primário como Sócrates parece que era segundo comentadores (esse dizia despejadamente que isto ou aquilo era ou não era bom para a sua “carreira política”, lembram-se?), o nosso putativo presidente da Res Publica faz como os estrategas de alto coturno à boa maneira queiroziana: aqui deixa uma palavra mansa e esperta, ali uma pancadinha amistosa, acolá um trejeito cúmplice, além um afago para egos necessitados. Em suma: sabe-la toda, o maganão! Tem a inteligência hábil, a lábia de que um jesuíta se felicitaria, a estratégia bem própria para indrominar lusitanos desta época bendita. É um politico muito capaz!

   Se invejo Marcelo (sugere um leitor do canto)? Claro que invejo, por Toutatis! Como eu gostaria de ter a sua agilidade mental, o seu golpe de rins metafísico (recordam-se da sua santa “lata”, na TV, quando cá veio de visita o benedito Ratzinger?)!

   Infelizmente sou apenas um português de segunda, quiçá até de terceira…E embora não vá votar nele, pois estes conservadores que fazem rapapés à “esquerda” causam-me farnicoques, não deixo de me deslumbrar perante a suave matreirice deste manguelas. Deste Senhor.

  Será que, após um próximo governo de signo estalinista iremos ter um presidente de timbre sacrista?

  Evohé, Marcelo, os que vão aguentar a tua linda e justíssima habilidade te saúdam!

2 comentários:

Anónimo disse...

Boa malha! Aprovado.

Maria Viveiros

Anónimo disse...

Belo desarrincanço! Parabéns!

Gustavo Parente