13 de novembro de 2015

António Costa, o PS, o PCP, o BE e a república democrática - 1




Dizem os compêndios que a democracia é o regime que respeita a vontade popular expressa pela maioria dos votos obtidos numa votação, no sentido da formação de uma Assembleia e de um governo com origem nesta.

Nada obsta, todavia, a acordos prévios ou posteriores a essa votação entre os que lograram o direito a representação nessa Assembleia, se nenhum deles conseguiu um número de votos que supere a soma de todos os outros.

Tendo sempre, porém, como horizonte a concretização da democracia, isto é, que o poder político e governativo seja representativo das perspectivas e vontades maioritárias dos votantes.

A maioria que expressa, de facto, as diferentes perspectivas e vontades populares na actual Assembleia da República é a que resulta da soma das votações na coligação PSD/CDS (perspectiva e vontade de centro-direita: 38%) e no PS (perspectiva e vontade de esquerda: 32%) – representa 70% dos cidadãos que votaram. A soma das que foram feitas na maioria das três tendências de esquerda (cerca de 50%) é, exactamente, apenas isso: uma “maioria de esquerda”. Representa uma ideologia ligeiramente dominante, não o consenso e a eventual harmonização de duas perspectivas e vontades distintas maioritárias.

Daí que a governação de tal “maioria de esquerda” não represente a democracia em acção nem caiba num regime democrático, uma vez que não reflecte as perspectivas e vontades populares, mas tão-somente a prepotência da perspectiva e da vontade de uma minoria sobre uma maioria. A isso se chama uma ditadura.

A formação legal dessa maioria reflecte, afinal, a má-fé de quem a constituiu e viabilizou. António Costa e os que o secundam no PS e nos restantes partidos são deficitários, enquanto cidadãos, no que respeita a honradez – ao menos a política. Não são gente a quem, os que desejem viver livremente, em democracia, se possa confiar o poder.

Nos negócios, não sei. Mas também é certo que não tenciono fazer nenhum com qualquer deles.

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