Nicolau Saião, O grande mistério
João
Oliveira, um dos jovens turcos do partidão que foi de Cunhal e agora é de
Jerónimo, ambos por obra e graça do Todo Poderoso comité central, disse num dos
órgãos de comunicação em que se expande que “ A palavra de um comunista vale mais que um papel escrito”, cito de
memória, querendo com isto dizer que nem é preciso assinar-se um qualquer
papelucho com o projectado Acordo.
Num blog de referência, um dos postadores
pergunta-se como é que um sujeito maior e vacinado, ainda que novito, (como usa
dizer-se um homem de barbas na cara)
e que até “parece bom tipo”, pode ser um comunista ferrenho após conhecer-se,
como hoje se conhece, a parafernália de crimes, opressões e misérias levados a
cabo por essa ideologia em todos os lugares por onde passou.
É fácil de descriptar: como todos os membros
de formações totalitárias, o indivíduo em causa é um fraco (basta ouvi-lo falar
na TV: atabalhoadamente, com um ar simultaneamente impositivo e primarizado),
imbuído de conceitos “generosos” a que uma instrução curricular decerto confusa
conferiu uma sedimentação “ingénua” mas autoritária.
Oliveira terá sido um adolescente sonhador e
romântico politicamente, com boas intenções para com o mundo e o seu
semelhante. E, como habitualmente nestes casos, a ligação muito intensa a uma
propaganda para quadros e a imersão num colectivo de topo – onde o ambiente
deve ser muito exigente e o controle muito apertado por razões de estrutura –
fez o resto.
Eis
pois como se transforma um “bom tipo” num autoritário crente e num fanático.
Daí este seu posicionamento, de tipo “honradez
à antiga”, de que a palavra dum comunista vale um acordo escrito e formal.
Não vale. É apenas estratégia no sentido de caucionar a potencial ausência de
acordo.
Em suma: a velha hipocrisia
lenino-stalinista em versão galo de Barcelos…
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