Lemos e ouvimos várias vezes, desde há uns dois anos, na Comunicação Social (seja lá o que for que por isso se entenda) que cerca de 60% dos trabalhadores portugueses recebem o salário mínimo.
Ainda segundo a dita cuja, actualmente o número de reformados e aposentados, três milhões e tal, é pouco inferior ao número de trabalhadores no activo.
Ainda segundo a dita cuja, actualmente o número de reformados e aposentados, três milhões e tal, é pouco inferior ao número de trabalhadores no activo.
Assentemos então em que estes sejam quatro milhões. O que equivale a dizer que o número de trabalhadores no activo que recebe os 500 euritos é de dois milhões e quatrocentos mil.
Uma miséria. Proporcional à indigência da "esmagadora maioria" das empresas que constituem o tecido económico português.
Só isso explica, aliás, o El Dorado dos 600 euritos para daqui a 4 anos de risonha e cantante governança socialista.
Hoje, porém, a Comunicação Social (seja lá o que for que por isso se entenda), fazendo-se reflexo sonoro e visual de tanta folia popular, noticiava que a fartazana dos 30 euritos previstos para os próximos 366 dias irá para o meio milhão de neofelizardos que ganha presentemente o salário mínimo.
Ora meio milhão são quinhentos mil. E quinhentos mil não são 60% de quatro milhões: são 12,5%.
O que significa que, afinal, apenas 12,5% dos trabalhadores portugueses ganha o salário mínimo.
Eu sei, todos sabemos, aliás, que a "esmagadora maioria" dos cursos universitários da área de Humanidades (seja lá o que for que por isso se entenda) e afins é frequentada, na sua "esmagadora maioria" por gente que só está nesses cursos para "fugir à matemática", gente incapaz de efectuar correctamente uma operação básica de aritmética sem recorrer à calculadora.
Mas, em prol da honestidade profissional e do bem público, não se pode admitir tanta leveza e desleixo nos que nos dão conta do mundo em que vivemos.
Admitindo, é claro, que nada mais os motiva e esclarece também na tarefa missionária de informar os seus concidadãos...
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